A NBA estava em força no nosso País nos anos 90, com um programa regular e algum merchandising à venda, como cadernetas de cromos ou t-shirts com alguns dos jogadores mais famosos. Magic Johnson era um desses jogadores e um dos que mais me chamou a atenção.
Earvin “Magic” Johnson Jr. nasceu em 14 de Agosto de 1959 no estado Americano de Michigan, e que chamou logo a atenção enquanto jogava Basquetebol Universitário sendo escolhido pelos Los Angels Lakers no draft de 1979 e tornando-se numa das maiores figuras de sempre da equipa e da história da NBA.
Comecei a acompanhar este desporto como alguns de nós, pelo programa NBA Action que dava aos Sábados na RTP com comentários do Prof. João Coutinho e do Carlos Barroca. Estes dois tinham um entusiasmo e uma emoção nos comentários dos jogos e dos lances da jornada que era impossível não ficarmos entusiasmados também. Quem não se lembra do constante “Tremendo” do (já falecido) Professor Coutinho? Entretanto começaram a aparecer cadernetas e podíamos assim saber ainda mais coisas e vibrarmos com as imagens espectaculares de uma das melhores fases da NBA.
Depois de alguns anos a ser um destaque na Universidade de Michigan, Johnson ficou surpreendido e contente por ter sido a primeira escolha dos Los Angels Lakers em 1979 e ter assim uma oportunidade para jogar ao lado de um dos seus ídolos, o jogador Kareem Abdul-Jabbar.
No seu ano de estreia ajudou a que a equipa conquistasse a final do campeonato, sendo uma das figuras principais dos Lakers e sendo mesmo escolhido como MVP no final, como o Rookie do ano e para a equipa All Star.
Nos anos seguintes uma lesão atrapalhou a sua ascensão na NBA, mas quando voltou mostrou todo o seu talento e influência na equipa fazendo com esta lhe desse a assinar um contrato Milionário e cedeu às suas queixas sobre um treinador e despediu este fazendo com que o jogador ficasse um pouco mal visto por alguns colegas e pelo público da NBA.
O que é certo é que com o treinador Pat Riley os Lakers foram de novo à final e Magic foi de novo o MVP numa equipa muito forte dos Lakers. Magic era forte e elegante no seu jogo, era impossível não ficarmos entusiasmados sempre que este pegava na bola. A rivalidade entre os Celtics e os Lakers na década de 80 deu-nos excelentes confrontos entre dois dos melhores jogadores de sempre, Larry Bird e Magic Johnson.
Esta rivalidade apaixonou o mundo todo e ajudou a um reavivar da atenção para a NBA e um aumento das audiências, ali estavam diversos mundos em conflito, jogador branco contra jogador negro, jogador típico de Hollywood (típico de LA) contra jogador típico da classe trabalhadora (típico de Detroit) e a própria rivalidade entre as duas equipas.
Na segunda metade dos anos 80, o jogador ajudou a que os Lakers fossem a primeira equipa a vencer dois campeonatos seguidos, algo que não acontecia desde a dupla vitória dos Celtics no final da década de 60, vencendo na primeira conquista os Celtics e logo de seguida os Detroit Pistons de Isaiah Thomas.
No começo da década de 90 a equipa perdia terreno para os Chicago Bulls, liderados pelo MVP Michael Jordan, e em 1991 o jogador fez um anúncio que chocou o mundo ao anunciar que era HIV positivo e que se iria assim retirar do jogo. Apesar dessa retirada os fãs colocaram-no na equipa All-Star em 1992 para que este jogasse no jogo entre os melhores da NBA, algo que provocou muitos protestos por parte de alguns dos jogadores como Karl Malone que temiam que se Johnson sofresse um corte no jogo contaminasse os outros jogadores.
Fez ainda parte da Dream Team que foi aos jogos Olímpicos em 1992, onde venceu a medalha de Ouro, e tentou uma volta à NBA que esbarrou sempre em muitos protestos por parte dos jogadores que tinham medo de ser contaminados com o vírus HIV, aliás Magic aproveitava o destaque que tinha como jogador para promover a aceitação da sociedade às pessoas infectadas com o HIV.
Foi um dos melhores bases de sempre, apesar de ter jogado noutras posições, e ajudou para uma revitalização do desporto que culminou na loucura que foi a NBA na década de 90.