A SIC no seu começo apostou em muitos artistas que nem sempre eram bem utilizados pela RTP, dando-lhes mais liberdade e programas em horário nobre e a actriz Marina Mota foi um dos artistas a beneficiar desta estação privada, sendo um dos rostos mais fortes do canal.
Mais conhecida por ser a mulher do conhecido actor Carlos Cunha, Marina Mota começava a ter algum destaque no começo da década de 90, chegando a ter uma série (de alguma qualidade) na RTP 1 com um tipo de humor mais “subtil” do que aquele que abraçaria na mudança para a SIC. Para além do Marido, a actriz rodeou-se de um grupo que a acompanhou em diversas aventuras televisivas, como a actriz Natalina José ou o actor Fernando Ferrão.
Houve sempre quem acusasse Mota de tentar ser uma Ivone Silva, e com este programa tinham todos os direitos a isso, já que até um sketch de “homenagem” ela tinha fazendo de bêbada como a saudosa actriz no Sabadabadu. Os restos dos sketchs tanto podiam ter alguma piada como rondar o brejeiro e abrir caminho a um estilo que seria seguido pela estação durante a década de 90, o super hiper Pimba. O exagero das gargalhadas enlatadas, os gritos de Marina Mota que mostrava ter ali pulmões que davam para apagar muitos bolos de aniversário tornaram-se imagem de marca do programa.
Não era completamente fã, adorava o genérico com a sua música cantada com sotaque alentejano e brincando com figuras geométricas, e achava piada ao nome do grupo “hard rock” Us-Batná-vó”, mas eram raros os sketchs que me arrancavam uma gargalhada que não fosse um pouco forçada. Mesmo assim esteve três temporadas no ar, de 1993 a 1995, e foi substituído por outros programas do género da actriz.