Uma daquelas músicas que todos reconhecem aos primeiros acordes, principalmente os que cresceram na década de 70 e de 80, muitos desses sabem cantarolar o Verde Vinho de Paulo Alexandre devido a terem ouvido a canção vezes sem conta.
Paulo Alexandre é o nome artístico de Modesto Pereira da Silva Santos que nasceu em Vouzela a 16 de Fevereiro de 1931, e iniciou uma carreira no mundo da música nos anos 50 na extinta Emissora Nacional como participante de um programa de sucesso da rádio. Gravou um EP por essa altura e participou de um grupo, mas atingiu apenas um grande êxito quando fez Verde Vinho, uma música baseada numa popular canção Alemã e que foi adaptada à nossa realidade.
Era comum as versões de músicas de outros cantores nessa altura, e também de terem bastante sucesso já que eram quase sempre bem adaptadas e a ver com os nossos costumes e o nosso país. Passava constantemente na nossa rádio e o artista marcava presença nos programas da altura, mas curiosamente a música tornou-se um êxito também no Brasil, onde foi disco de ouro e fez com que se realizasse um filme com o mesmo nome que foi rodado tanto em Portugal como no Brasil.
Quem se recorda do teledisco de Verde Vinho, deve-se lembrar que era bem castiço, parecia um tio nosso a contar uma história com o seu blusão vestido e perto de uma ponte enquanto que se recordava de ter entrado numa tasca qualquer.
Ninguém na rua na noite fria,
Só eu e o luar;
Voltava a casa quando vi que havia
Luz num velho bar.
Não hesitei,
Fazia frio e nele entrei.
Estando tão longe da minha terra
Tive a sensação,
De ter entrado numa taberna
De Braga ou Monção;
E um homem velho se acercou
E assim falou :
Vamos brindar com vinho verde
Que é do meu Portugal
E o vinho verde me fará recordar
A aldeia branca que deixei atrás do mar.
Vamos brindar com verde vinho
P’ra que possa cantar, canções do Minho
Que me fazem sonhar,
Com o momento de voltar ao lar.
Falou-me então daquele dia triste,
O velho Luís;
Em que deixara tudo quanto existe,
P’ra fazer feliz;
A noiva, a mãe, a casa, o pai
E o cão também.
Pensando agora naquela cena
Que tão estranha vi;
Recordo a mágoa, recordo a pena,
Que com ele vivi;
Bom português
Regressa breve e vem de vez !
Vamos brindar com vinho verde
Que é do meu Portugal
E o vinho verde me fará recordar
A aldeia branca que deixei atrás do mar.
Vamos brindar com verde vinho
P’ra que possa cantar, canções do Minho
Que me fazem sonhar,
Com o momento de voltar ao lar.