Babylon 5 foi uma das séries de ficção científica que marcou os anos 90, transmitido por cá pela TVI, numa altura em que séries do género já não eram tão comuns no pequeno ecrã, foi um programa que conquistou o público e deixou fãs um pouco por todo o mundo.
O escritor e produtor J. Michael Straczynski tinha uma ideia para uma série que teria cinco temporadas, de modo a realçar o nome da estação espacial e do próprio programa. Babylon 5 seria focada numa estação espacial de modo a controlar o orçamento, em vez de estourar em novos mundos e cenários fantásticos, ia-se desenvolvendo a história e personagens que iam aparecendo.
Toda a trama foi criada como uma novela, com começo, princípio e fim, de modo a durar os cinco anos e ocupar as cinco temporadas pensadas para o efeito, cada uma representando um ano na estação espacial.
A história se passa no século XXIII numa colónia rotativa com 2,5 milhões de toneladas e oito kms de comprimento criada para ser um ponto de encontro para as espécies inteligentes da galáxia e cujo objectivo era fomentar a paz através da diplomacia, do comércio e da cooperação. Ao invés disso, funcionando como um centro de intrigas políticas e conflitos, a estação se tornou a causa de uma enorme guerra estelar. Isto é declarado no monólogo de abertura de cada episódio, que começa com as palavras “A última e melhor esperança de paz” e muda para “A última e melhor esperança de vitória” na terceira temporada.
Stracz era também conhecido por trabalhos em BD, e alguns dos seus companheiros colaboraram na série, como Neil Gaiman ou Peter David. O escritor de 92 dos 110 episódios, comentou que tinha sempre um plano B para se ir adaptando a mudanças que tivessem que ser feitas devido a influências externas, como a popularidade de uma das personagens ou que algum actor tivesse que abandonar o programa.
A série apresentava cenários feitos com computação gráfica, o que aliado às filmagens em 16:9 dava um aspecto bastante moderno e cinematográfico a tudo o que aparecia à nossa frente. No caso dos Aliens eram todos com aspecto humanóide, de modo a evitar gastos excessivos.
No início da série, cinco civilizações dominantes foram representadas. A espécie dominante são os Humanos, os Minbari, os Narn, os Centauri e os Vorlons. As Sombras e seus diversos aliados são os inimigos e foram aparecendo durante a série. Algumas dúzias de espécies menores e menos poderosas da Liga dos Mundos Não Alinhados aparecem regularmente, incluindo os Drazi, os Brakiri, os Vree, os Markab e os pak’ma’ra. As línguas dominantes eram o inglês e as fictícias Centauri e interlac.
A internet ajudou a popularizar bastante a série, que teve uma série de livros e comic books também relacionados a ela e que ajudavam a perceber melhor a história de tudo o que envolvia o programa. O elenco regular era o seguinte:
Bruce Boxleitner como John Sheridan (2ª-5ª temporadas e no filme The Lost Tales)
Michael O’Hare como Jeffrey Sinclair / Valen (1ª temporada, convidado nas temporadas 2 e 3)
Jerry Doyle como Michael Garibaldi
Mira Furlan como Delenn
Claudia Christian como Susan Ivanova (1ª-4ª temporadas)
Peter Jurasik como Londo Mollari
Andreas Katsulas como G’Kar
Richard Biggs como Dr. Stephen Franklin
Jason Carter como Marcus Cole (3ª-4ª temporadas)
Jeff Conaway como Zack Allan (recorrente na 2ª temporada, depois fixo nas temporadas 3-5)
Stephen Furst como Vir Cotto
Bill Mumy como Lennier
Tracy Scoggins como Elizabeth Lochley (5ª temporada e o filme The Lost Tales)
Patricia Tallman como Lyta Alexander (piloto, recorrente nas temporadas 2 e 3, fixo nas temporadas 4 e 5)
Andrea Thompson como Talia Winters (1ª e 2ª temporadas)
Mary Kay Adams como Na’Toth (2ª temporada)
Julie Caitlin Brown como Na’Toth (1ª temporada, convidada na 5ª temporada)
Robert Rusler como Warren Keffer (2ª temporada)
Foi emitida pela PTEN e TNT de 1994 a 1997, sendo transmitida por cá pela TVI. Uma das poucas séries que teve tudo pensado para ter um final fechado, tendo inclusive sido filmado o episódio final durante a 4ª temporada para o caso desta não ser renovada. Straczynski identificou três tramas que precisariam ser resolvidas: a Guerra das Sombras, a transformação da Terra em uma ditadura e uma série de sub-histórias que surgiram destas duas. Estimando que teria por volta de 27 episódios para resolver a série sem que houvesse a sensação de pressa, a solução apareceu finalmente quando a TNT contratou dois filmes para TV sobre a série. Diversas horas de material foram então movimentados para os filmes, incluindo um arco de três episódios que lidariam com o contexto anterior da Guerra Terra-Minbari e a sub-história que daria impulso à série seguinte, “Crusade”. Mais stand-alones e outras sub-histórias foram retiradas da quarta temporada – eles poderiam ser incluídos em “Crusade” ou numa quinta temporada se aprovada
Estas decisões inteligentes contribuíram para o sucesso deste programa, apesar de não ter sido as minhas séries de ficção científicas de eleição.