O Pestinha (Problem Child) é um daqueles filmes que ganhou estatuto de culto quando passou para o videoclube, foi uma das k7’s de ouro do VHS mostrando asneiras com fartura e uma criança que tornava a vida de todos num inferno, sendo uma combinação vencedora para conquistar qualquer adolescente da altura.
Eu vi o filme em 1992, um ano depois dele ter estreado por cá nos cinemas, e não conseguia parar de rir com a sequência de cenas em que a criança dava cabo da cabeça aos adultos e das constantes profanidades que ela dizia a cada cinco minutos. As expressões faciais e o sorriso malandro da criança ajudavam à festa, ela era muito carismática e brilhava no meio daqueles adultos talentosos como se fosse um actor veterano.
A história mostra um orfão chamado Junior (Michael Oliver) sendo adoptado por Ben Healy (John Ritter) e Flo (Amy Yasbeck), mas o que este casal viria a descobrir é que esta criança era um verdadeiro diabo, um terrorista que só fazia asneira e que adorava ver os outros a sofrer com isso. Ben era um trabalhador honesto e uma pessoa calma e ingénua, ao contrário da sua mulher excêntrica que foi sempre contra a adopção da criança, assim como o pai de Ben, Big Ben (Jack Warden) que foi em muitas ocasiões alvo das tropelias do miúdo que só abranda nas suas traquinices quando começa a ver que Ben gosta mesmo dele e que ele também gosta de Ben.
Uma das partes giras do filme é ver o puto a ser amigo de correspondência de um terrível assassino, o Martin Beck (Michael Richards), que ele admira ao ponto de usar sempre um laço ao pescoço como é a imagem de marca deste criminoso. O filme vive muito da comédia física, e como podemos verificar mais tarde em Seinfeld, Michael Richards ajudou muito neste aspecto e a sua entrada ajudou a aumentar ainda mais as gargalhadas que o filme já proporcionava. A coisa depois corre para o torto e este rapta Junior e leva-o para um circo até que Ben aparece e salva-o, ajudando-o assim a perceber que havia alguém que gostava mesmo dele.
O filme teve ainda uma sequela que ficou ainda mais escabrosa, e juntou uma menina problemática ao barulho. Não gostei tanto do segundo filme, o momento de vómito na Feira não ajuda, mas na altura ainda me ri um bocado com ele, mas ao rever agora envelheceu muito mal comparando com o primeiro que ainda se vê bem.