Volto à TVI e às séries que por lá passaram, na altura que era um canal bom mas quase ninguém via, e para relembrar uma série de ficção científica, o Terra conflito final. Trazia a chancela do criador de Star Trek e era mais uma a querer mostrar a convivência pacífica entre humanos e alienígenas mas sempre com muita desconfiança à mistura.
Earth: Final conflict (Terra; Conflito final) foi produzida entre 6 de Outubro de 1997 e 20 de Maio de 2002, baseava-se em ideias de Gene Rodenberry (criador de Star Trek) e teve supervisão da sua viúva, para ver se seguiam fielmente essas ideias. Produzida no Canadá, teve 5 temporadas e cerca de 110 episódios, sendo transmitido por cá na TVI (foi a escolhida para substituir os X-Files) no final da década de 90.
Eu não vi a série toda, por isso não sei se foi transmitida cá na sua totalidade. Tenho lembrança de pelo menos duas temporadas serem transmitidas em horário nobre, mas fartei-me das mudanças constantes das personagens principais (algo comum nesta série por causa das discussões em torno de ordenados) e deixei de acompanhar isto. Possivelmente terão transmitido as últimas temporadas no horário de madrugada, algo comum no canal nessa altura.
A história mostrava como no começo do Século XXI uma raça de outro planeta, os Taelon, ou Companions como gostavam de ser chamados, procuram refúgio na Terra , e em troca dariam a sua tecnologia avançada e o seu conhecimento e com isso todas as doenças e a fome no nosso planeta foram erradicados em três anos. Devido a sermos por natureza um povo desconfiado, formou-se um movimento de resistência que era contra a presença destes seres no nosso planeta e que achavam que eles queriam mais do que aquilo que diziam.
Da’an (Leni Parker) era a Companion da América do Norte, a que mais apareceu na série e a que mais destaque tinha na mensagem que o seu povo queria transmitir. Foi ela que escolheu o policial William Boone (Kevin Kliner) para estar encarregue da sua protecção, um policial sério e corajoso que nem sempre estava de acordo com a sua protegida e que só aceitou o cargo para ajudar a resistência. Boone foi substituído logo na segunda temporada (voltando só na quinta), enquanto que Lili Marquete (Lisa Howard) que era quem pilotava as naves (e se tornou também membro da resistência) saiu de cena no final da segunda, aparecendo esporadicamente nas duas temporadas seguintes.
Ronald Sandoval (Von Flores), Marcus “Augur” Deveraux (Richard Chevoileau), e Jonathan Door (David Hemblen) foram algumas das personagens centrais ao longo da série, com aparições mais ou menos regulares em todas as temporadas. Mais tarde apareceram outros protectores e outros Aliens, sendo que na última temporada chegaram mesmo a substituir a raça Taelon e colocando no seu lugar uma de vampiros espaciais.
Gostei bastante da primeira temporada, de como Boone não queria proteger os Taelon e sim começar uma vida com a sua mulher. Depois desta ser morta, o líder da resistência (Doors) leva-o a crer que os aliens deviam estar envolvidos nesse acontecimento e que ele devia aceitar o pedido para ajudar a humanidade. Apesar de quando os protectores são escolhidos receberem um implante que faz com que fiquem fiéis aos companions, enquanto que ao mesmo tempo ganham poderes mentais, a resistência fez com que isso não afectasse Boone mas este tivesse direito aos poderes na mesma.
Boone era parceiro de Sandoval, que era completamente fiel aos Taelons e que afinal tinha sido ele a matar a sua mulher. Apesar das desconfianças e não concordar com todas as políticas, ele acaba por ficar amigo de Da’an, a carismática alienígena com a qual ele está sempre em contacto.
Foi por isso uma série com o conceito de humanos e seres de outro planeta a viverem em harmonia, com as vantagens e as desvantagens que isso podia trazer. Uma pena a constante mudança de personagens e o terem se desviado do conceito original a dada altura.