Uma das vozes mais facilmente reconhecidas do nosso audiovisual, Canto e Castro era apreciado por diversas gerações, os mais velhos gostavam de o ver actuar enquanto que os mais novos gostavam das personagens de desenhos animados aos quais ele emprestava a voz.
Henrique Vaz de Canto e Castro nasceu em Lisboa a 24 de Abril de 1930, estreando-se na mítica companhia dos comediantes de Lisboa em 1946, onde actuou ao lado de nomes como António Silva, Ribeirinho ou João Villaret. A sua qualidade fez com que ganhasse logo prémios apenas no seu segundo ano, e a sua sede pela representação fez com que se estreasse por várias companhias, mas ainda antes do começo da década de 50 integrou o elenco fixo do Teatro Nacional.
O actor espalhava simpatia e talento por onde passava, tendo passagens pelo teatro Aberto e teatro Monumental, e foi pouco antes dos anos 70 que o povo teve direito a vê-lo na televisão, em algumas peças transmitidas pela RTP. Pouco tempo depois começou a marcar presença nas séries de sucesso, como Zé Gato ou Duarte e Companhia, para além de emprestar a voz a anúncios míticos da nossa história como o do gelado Calipso da Olá.
Outros recordam-se de certeza que era a voz do Capitão Iglo, outra personagem marcante da nossa infância, assim como ser quase sempre o Pai Natal em diversos anúncios ou programas. Mas não foi só aí que a sua voz ganhou destaque, todos se lembram dele como o Bocas, ou o Flip da Abelha Maia ou até o Mestre das sagas “Era uma vez…“, ele esteve em todos e em todos deixou a sua marca.
Nos anos 90 apareceu em algumas novelas, sempre com o seu ar bonacheirão e uma voz inconfundível deixando o seu cunho nessas personagens, em novelas como Desencontros ou Roseira Brava (onde interpreta uma das mais divertidas personagens da história). Continuou também a aparecer em peças de teatro, tornando-se um dos maiores nomes da sua geração e sendo considerado um dos melhores actores de sempre. Faleceu a 1 de Fevereiro de 2005, deixando saudades e um legado invejável.