Quando era criança, adorava mexer num rolo fotográfico. Tudo dava para brincar, o rolo em si, a caixa cilíndrica onde este seria colocado para revelação, e saber que era algo que dava para imortalizar momentos. Até porta-chaves cheguei a ter, com uns mini rolos bem engraçados. Este era um objecto de grande apreço e que ainda hoje é usado por muita gente.
O rolo de filme fotográfico de 35 mm, já existia há algum tempo, mas como tantas outras coisas, teve nos anos 80 o seu apogeu. Existiam filas nos locais onde os deixávamos a revelar, eram dos artigos mais vendidos já que não se comprava só um, e era-se considerado alguém se se tivesse uma máquina fotográfica.
Os mais comuns permitiam somente tirar 24 ou 36 fotos, algo muito limitado e tínhamos que fazer a coisa render. O pior de tudo era o medo de que a foto não ficasse bem, algo que só iríamos vislumbrar no negativo quando chegássemos ao fim do rolo, ou quando se revelava por completo. Dedos a tapar objectiva, cabeças cortadas ou tudo tremido era o mais comum de acontecer.
Kodak e Fuji protagonizavam, como tantos outros produtos nessa década, uma guerra animada, mas que a primeira vencia por larga margem, principalmente no nosso país. O sucesso era tanto, que os mais velhos diziam “tira-me um kodak” em vez de foto, por exemplo.
O filme fotográfico no interior do rolo era interessante, uma espécie de celulose que era bastante sensível à luz que lhe chegava pela lente da câmara. Havia filmes com maior ou menor sensibilidade à luz, tinha-se que ter em atenção coisas como o ISO deles (que determinava a sensibilidade), com diversos formatos (35 mm era o mais comum, como já referi) e outros cuidados importantes que faziam com isto fosse algo que não podia ser encarado com leviandade.
Quem ainda usa? Quem usou e se recorda com saudade?