O Gato Silvestre, ou Frajola para os brasileiros, é uma das minhas personagens favorita dos Looney Tunes, e a única a ter três estatuetas da academia.
Sylvester the cat, Silvestre em Portugal e Frajola no Brasil, apareceu pela primeira vez em 1935, mas foi a partir de 1945 que começou a aparecer regularmente. Criado por Friz Freleng, Silvestre era mais um animal antropomórfico, um gato preto e branco (numa espécie de smoking), que como em tantos outros cartoons da altura, apenas queria fazer cumprir a cadeia alimentar, perseguindo passarinhos (o piu-piu, ou Tweety no original) ou ratos (o Speedy Gonzales), apesar de fracassar sempre redondamente.
Assim como Daffy Duck, também Silvestre tinha um ligeiro problema na fala, e a sua frase “Sufferin Succotash” tratava de acentuar essa dificuldade. Em Portugal ficou “Sardinhas Saltitantes” se bem que também ouvi “Santa estupidez“. Foi mais uma personagem com voz de Mel Blanc, com a qualidade que se lhe reconhece a qual foi-nos apresentada também em Portugal, durante anos a fios. Só no virar do Século, é que começaram a aparecer dobragens em português, fosse em VHS e DVD, fosse nos canais de cabo. Carlos Freixo foi o actor escolhido, substituído mais tarde por Vítor Emanuel.
Uma das coisas que eu mais gostava nele, era de estar sempre a resmungar, com um ar sempre muito aborrecido enquanto deitava um mar de perdigotos. Isto só era diferente quando aparecia nos desenhos animados do Porky Pig, aí aparecia como um gato medroso (que não falava), que via coisas que o seu dono não via e se aborrecia com o gato por causa disso.
Silvestre é a quarta personagem a aparecer em mais cartoons dos Looney Tunes e Merry Melodies, atrás apenas de Bugs Bunny, Daffy Duck e Porky Pig, e é a única a ter 3 estatuetas da academia. A sua rivalidade com Tweety, ficou para a história da animação (atrás apenas de Tom e Jerry), e décadas mais tarde, até fizeram desenhos animados só com os dois e a sua dona, a resolverem mistérios.
Silvestre também aparecia a sofrer consequências nefastas, contra um buldogue (que aparecia como guarda costas do piu piu ou sozinho), ou contra um canguru expert em boxe, já que o nosso herói confundia-o sempre com um rato (muitas vezes ia acompanhado do seu filho, que não tinha tanta vontade de perseguir os outros animais). Curiosamente foi daquelas personagens que só foi baptizada muito tempo depois, em 1948, com Chuck Jones a decidir-se por este nome.
Quem mais era fã da personagem?