McEnroe foi dos melhores jogadores de todos os tempos, deixando o seu nome na história do ténis.
John McEnroe nasceu na Alemanha, tendo se mudado cedo para Queens, nos Estados Unidos. Iniciou-se nos courts aos 8 anos de idade, demonstrando logo um talento inato para o jogo. Estreou-se como amador aos 18 anos no torneio de Wimbledon, indo até às meias finais (onde perdeu com Jimmy Connors), um recorde para um amador, e a melhor perfomance de sempre para um tenista que vinha das qualificações.
Dois anos mais tarde, em 1979, venceu o seu primeiro grande Grand Slam (US Open), tornando-se o mais jovem vencedor desde Pacho Gonzales em 1948. Nesse ano, teve ainda uma grande vitória contra Bjorn Borg (no WTC Finals), terminando o ano com 10 títulos com singular e 17 conquistas nos torneios de pares, o que marcou um recorde para a época de estreia de um tenista.
O seu mau feitio levava a que discutisse frequentemente com árbitros, apanha bolas e até com o público. Isto ajudou-o a formar uma imagem de Bad Boy rebelde, completamente de acordo com a década que se iniciava, e onde ele iria se tornar um dos seus maiores nomes.
Teve 3 grandes rivalidades, com Bjorn Borg, com Jimmy Connors e ainda com Ivan Lendl, com alguns destes jogos a serem dos mais importantes e emocionantes deste desporto, o que levou a que o Ténis ganhasse outra dimensão para o público em geral.
Isto levou a que os seus primeiros tempos em Wimbledon fossem meio complicados, em 1980 foi bastante assobiado pelo público quando entrou para a final que ia ter contra Borg, que acabou por vencer este jogo, que é considerado por muitos como a melhor final de sempre em Wimbledon ,muito por causa do seu comportamento na meia final contra Connors.
No ano seguinte voltou a ter vida complicada neste torneio, foi multado por diversas vezes e a imprensa Britânica colocou-lhe a alcunha de SuperBrat, devido ao seu temperamento intempestivo. Foi neste ano que McEnroe usou por diversas vezes a frase “You cannot be serious“, em direcção aos árbitros, algo que se viria a tornar a sua imagem de marca.
Em mais uma final contra Borg, o preferido dos Ingleses, o Americano saiu vitorioso, algo que voltou a repetir-se no US Open acabando assim uma rivalidade que tinha apaixonado todos os adeptos. Entre 1983 e 1985 foram os seus confrontos contra Lendl e Connors que dominaram as atenções do público, dando alguns excelentes espectáculos como a final de Roland Garros em 1984 entre Lendl e McEnroe, que Lendl venceu em cinco sets dramáticos e emocionantes.
Foi um jogador que ajudou a revitalizar o interesse dos Americanos pela Taça Davis, o que levou o país a vencer duas finais em 1984 e 1985. Depois de um ano de pausa, McEnroe demorou a recuperar a sua forma, mas mesmo assim nunca teve longe do que se esperava de um jogador do seu calibre, vencendo categoricamente um Roland Garros em 1988, e estando sempre perto das finais nos outros Grand Slam. O seu mau feitio continuava em forma, sendo expulso do torneio Australiano em 1990 por insultar e ameaçar os oficiais desse grand slam.
Continuou a competir em bom plano até 1992, vencendo torneios importantes na categoria de pares, e tendo grandes jogos nos torneios singulares mesmo que não chegasse regularmente a uma final. Entrou para o Ténis Hall of Fame em 1999, trabalhando como comentador em diferentes estações televisivas, e tornou-se uma figura na importância que voltou a ser dada ao campeonato de veteranos, mostrando estar ainda em boa forma, e reeditando até algumas das suas maiores rivalidades.
É impossível ficar indiferente aos números da sua carreira, à qualidade do seu ténis e ao carisma da sua personalidade. Foi um dos meus tenistas preferidos e daqueles que ajudou a que eu me interessasse pelo desporto numa década onde foi possível ver tantos jogos bons e de grande qualidade. Era um jogador com uma técnica acima da média, um vólei fantástico e um mau feitio que o fazia ter explosões dentro do court, para o deleite de muitos.