Chucky, o Boneco Diabólico estreou por cá em Julho de 1989, mas só consegui ver o mesmo em 1991 ou 92 quando o mesmo virou um sucesso avassalador nos Video clubes de Portugal e um dos filmes mais alugados desse ano. Lembro-me até que era um dos usados pela lista concorrente à associação de Estudantes lá do meu liceu, naqueles eventos para conquistar votos que ocorriam no bar da escola. Fiquei completamente apaixonado pelo filme e anos mais tarde foi o primeiro DVD que comprei, tendo já visionado o filme mais de 30 vezes.
Child’s Play foi um filme de terror de 1988 da autoria de Don Mancini e realizado por Tom Holland, com inspiração da história do boneco Robert, que se acreditava estar possuído por espíritos malignos, e que na altura não teve muito sucesso mas que ganhou um estatuto de culto aquando do seu lançamento em VHS.
O filme começa com o assassino Charles Lee Ray (Brad Dourif) que enquanto foge do detective Mike Norris (Chris Sarandon) é ferido mortalmente e enquanto estava escondido numa fábrica de brinquedos lembra-se de usar um ritual Vodu para possuir o corpo de um boneco falante que estava na berra, um “Good Guy“. No final desse ritual, a loja é atingida por um raio e incendeia-se ficando completamente destruída mas os bonecos ficam intactos e de fácil acesso para quem os queira roubar e depois revender. É assim que o boneco possuído por Lee Ray vai parar às mãos de Karen Barclay (Catherine Hicks) a mãe viúva de Andy Barclay (Alex Vincent), uma criança de 6 anos que nesse Natal só deseja ter um Good Guy para poder brincar.
É o próprio boneco que se apresenta a Andy, “Hi, i’m Chucky. Wanna Play?“, e é logo nessa noite que começam as mortes com o boneco a atacar a babysitter de Andy e que começam os problemas com a polícia já que todos duvidam, logicamente, da culpa do boneco e que achavam ser Andy o verdadeiro culpado.
Um dos melhores momentos do filme, é quando a mãe de Andy percebe como o seu filho estava certo ao ver que as pilhas que vinham na caixa do boneco não tinham sido colocadas nele, sendo por isso impossível ele ter estado a trabalhar aquele tempo todo, e o tenta atirar para a lareira acesa ao que este responde de uma forma violenta surpreendendo-a. O filme entra na sua fase mais negra, Chucky prossegue na sua vingança e não tem receio de abusar nos palavrões quando ataca as suas vítimas, o que para um adolescente no começo dos anos 90 torna o filme ainda mais irresistível.
Gosto bastante do exagero final no filme, e confesso que saltei das várias vezes em que o boneco parecia destruído mas voltava sempre a atacar a família Barclay e o Detective Norris, mesmo todo queimado e sem alguns dos seus membros. Rebobinava essas cenas e via vezes sem conta, achando piada e ao mesmo tempo tendo algum pavor daquilo tudo. As sequelas seguintes começaram a apostar mais na comédia do que no terror, ao ponto do exagero mesmo, e o filme começou a perder muito da sua identidade com isso, falando-se agora na possibilidade de um remake. Continua a ser um dos meus filmes preferidos, e brincaria de bom grado com um Good Guy na minha infância.