Volto ao universo do estúdio Hanna-Barbera, para relembrar a personagem que colocou esta dupla fantástica no mundo da televisão. Huckleberry Hound, ou Dom Pixote, era um cão simpático com o seu chapéu e laço que adorava pegar no seu violão e cantar sobre a sua Querida Clementina enquanto vivia algumas aventuras.
Huckleberry Hound, ou Dom Pixote como ficou conhecido no Brasil e por cá, foi uma criação da dupla Hanna-Barbera, a primeira da dupla a ser transmitida num canal televisivo em 1958, com o patrocínio dos cereais Kellogy’s. Poucos sabem que foi também dos primeiros programas animados a ser produzido inteiramente para televisão, mostrando um animal antropomórfico que apesar de ser criado para uma série de animação, demonstrava uma sagacidade e uma inteligências que mostravam que não era o público infantil aquele que a dupla criadora queria atingir.
Primeiramente, Dom Pixote era para ser um cão de cor mais “normal” tipo castanho, mas um erro na colorização fez com ficasse com um tom azulado que Joe Barbera adorou e quis manter. Como todas as criações deste estúdio, também este cão se comportava como um humano andando sobre duas patas e tendo algum vestuário humano neste caso um laço e um chapéu. Com uma voz calma e arrastada, Pixote surpreendia-nos com tiradas inteligentes sobre aquilo que acontecia ao seu redor, mas muitas vezes também divertidas já que lhe acontecia de tudo um pouco naqueles pequenos episódios.
Aliás uma das coisas que todos se recordam, era daqueles momentos em que ele agarrava num violão e se punha a cantarolar “oh querida clementina“. O nome que os Brasileiros lhe deram era uma homenagem também a Dom Quixote, afinal a personagem também se armava em guerreiro em muito dos episódios e estava sempre pronto para novas aventuras. O actor Older Cazarré popularizou este cão com a sua dublagem que a tornou um sucesso na TV Excelsior e nas suas repetições em outras estações. Por cá lembro-me de apanhar isto naquele espaço que a RTP tinha no começo da década de 90, onde colocava desenhos animados da Hanna Barbera logo a seguir ao Telejornal, mas o historial deste estúdio é grande no nosso país, por isso deve ter sido transmitido nos anos 60 ou 70 também.
Tão depressa estava numa cidade a ser um simples carteiro, como aparecia no velho Oeste como um Xerife ou pistoleiro desastrado, Dom Pixote vivia aventuras divertidas nos 57 episódios que foram produzidos pelo estúdio HB. Quando chegaram ao fim, continuou a fazer parte do elenco do estúdio e aparecia em diversas produções como personagem secundário, uma justa homenagem aquele que em 1960 ganhou um Emmy, sendo a primeira série animada a conseguir esse feito.
Também existiu uma BD da personagem, editada por diversas editoras no Brasil, sendo que as revistas da Abril chegaram ao nosso País e eram tão ou mais divertidas que os desenhos animados, afinal havia outra liberdade que a animação dos anos 50 não permitia. Quem mais era fã desta personagem?