O leitor Betamax teve uma vida curta, lembro-me de ver um em casa do meu tio, mas eu só tive aquele que se tornou muito mais popular, o leitor VHS. Mas os Beta foram uma perda para muitos que consideravam esta tecnologia melhor que a que lhe sucedeu,
A Sony lançou o seu primeiro Betamax a 10 de Maio de 1975, um leitor de videocassete que usava alguma tecnologia do seu predecessor, o U-Matic, também desenvolvido pela Sony. Foi um sucesso no Japão e muitas empresas começaram então a desenvolver leitores baseados na tecnologia criada pela empresa Nipónica. Os estúdios começaram a lançar os seus filmes neste formato e este começou então a enraizar e a criar hábitos entre as pessoas, especialmente no Japão e nos Estados Unidos.
Sony e Sanyo eram as marcas que dominavam o mercado dos Beta (nome como ficou conhecido), mas existiam leitores da Toshiba, Pioneer, Nec e outros. O problema foi quando a JVC recusou usar a patente da Sony (sabendo que esta continuaria assim com o monopólio) e desenvolveu o seu próprio leitor, o VHS. O baixo custo dos leitores e das k7s deste modelo, aliado a uma boa campanha de marketing, fizeram com que acabasse por sair como vencedor nesta luta de formatos. No começo dos anos 80 em toda a Europa o domínio era já quase total, ao contrário do que acontecia noutros países como o Japão ou mesmo nos Estados Unidos onde ainda havia muitas famílias (cerca de 40%) com Beta.
Em 1977 os leitores Beta apresentaram a novidade de poderem gravar em mais que uma velocidade, e gravar mais tempo do que o habitual nas k7s, podendo ir até duas horas, mesmo assim perdendo para o VHS que ia de 2 a 4 horas. Em 1984 já 40 companhias se tinham rendido ao VHS, contra as 12 do Beta tendo a Sony assumido a sua derrota em 1988 quando começou a produzir leitores VHS (até então era via Hitachi) apesar de ter continuado a produzir os Beta até 2002.
Betacam continua a ser usado em produções cinematográicas, e no mercado nipónico continuou até muito tarde a merecer a preferência dos utilizadores. Foi uma parte importante no desenvolvimento da gravação em estúdios de música, assim como a gravação de filmes e séries televisivas, e por isso um formato que deixa saudades entre os profissionais do meio.
A dada altura originou julgamentos e processos criminais nos Estados Unidos, muito para definir o que se podia ou não gravar salvaguardando os direitos de autor dos envolvidos, algo que quando o VHS foi implementado foi perdendo a importância e quase todos “aceitaram” esse facto como algo inevitável.
Quem teve um leitor Betamax?