Uma das maiores séries de animação de todos os tempos, a que abriu caminho a um género que se viria a tornar comum, que era basicamente uma sitcom em versão de desenho animado. Os Flintstones foram sem sombra de dúvida o maior sucesso a sair da Hanna-Barbera, e continuam ainda hoje a ser algo reconhecido mundialmente.
Todos aqui já sabem que sou fã do estúdio Hanna-Barbera, por isso era já hora de falar daquele que foi o seu maior produto, o desenho animado dos Flintstones. O programa foi transmitido pela ABC entre Setembro de 1960 e Abril de 1966, num total de 166 episódios e 6 temporadas que foram transmitidas por cá na RTP na década de 70, numa versão original e com legendas em Português (se bem que há quem diga que também foi transmitida em brasileiro).
O desenho ganhou desde cedo uma legião de admiradores e fãs, originou merchandising que ia de cigarros a cereais para o pequeno almoço, inúmeros especiais para televisão, banda desenhada, cd’s de música e muito mais. No final do Século XX originou até um filme com actores de carne e osso, provando a popularidade do programa mesmo tantos anos depois.
Levemente baseada numa sitcom bem popular, o programa tentava assim fazer a ponte para o público mais adulto, já que o estúdio Hanna Barbera não estava a conseguir apelar a essa franja do público, tendo sucesso apenas com o mais infantil. William Hanna e Joseph Barbera trocaram várias ideias até se ficarem pelo plano de situarem tudo na idade da pedra, partindo do princípio que conseguiam em pegar em qualquer coisa moderna e levá-la para essa época. Esse aliás era um dos maiores pontos de interesse do desenho, e um dos que o ajudou a tornar mais populares, o facto de vermos como usavam animais ou paus e pedras para fazerem algo que era igual a um produto dos nossos tempos.
Era fantástico ver usarem um animal ara imitar o aparelho pretendido, e era sempre divertido ver o animal a reclamar depois no final olhando para a câmara. Desde pequenos mamutes a servir como aspirador, passando por pássaros a servir de buzinas de carros, tudo valia na série. Os argumentos eram típicos de uma qualquer sitcom com actores de carne e osso, o marido a fazer porcarias e a mulher a tentar resolver e havia quase sempre confusão com o feitio nervoso do protagonista.
Os Flintstones eram constituídos por Fred e Wilma, sendo que na terceira temporada viram chegar uma filhota, a que chamaram Peebles. Sempre acompanhados do seu fiel Dino, um Dinossauro que se portava sempre como um cão. Os seus vizinhos eram os Rubbles, Barney e Betty, que na quarta temporada adoptam um pequeno rapaz (super forte) que fica como Bamm Bamm por gostar de estar sempre a bater com a sua clava.
Fred e Barney eram grandes amigos, que discutiam muitas vezes, apesar de Barney parecer ser mais ingénuo que Fred, não eram raras as vezes que provava ser mais inteligente que o seu vizinho, e era muito mais calmo que ele, o que ajudava em muitas situações. O patrão de Fred aparecia muitas vezes, assim como a sua sogra e o rapaz que entregava os jornais, eram as personagens secundárias mais comuns de aparecerem. Depois tudo dependia das situações, como jogadores de Bowling, foram vários os episódios que envolviam o clube a que eles pertenciam, mas nenhum dos outros se destacava muito.
Mais tarde começou a ser comum aparecer um pequeno alien que só os dois amigos conseguiam ver, e que os colocava quase sempre em grandes problemas. Maior parte dos episódios eram histórias curtas de um episódio só, mas em algumas ocasiões apareciam arcos onde o mais popular foi o da gravidez de Wilma. Foi o primeiro desenho animado a ser transmitido regularmente em horário nobre, e isso fez com que o público adulto aderisse ao programa com sucesso, algo que foi diminuindo com o nascimento de Peebles, quando as histórias ganharam um tom mais juvenil.
Filme de Hollywood, parque de diversões, inúmeros programas de animação baseados neles, o legado de Flintstones é intemporal e totalmente merecido. Um dos melhores desenhos animados de todos os tempos.