No dia que a TVI vai estrear mais um Reality Show, vou relembrar o 1º (e maior) programa do género que estreou nesse mesmo canal a 3 de Setembro do ano 2000, o Big Brother. Foi um sucesso absoluto e uma pedrada no charco no panorama audiovisual e uma viragem para o canal que vinha estando sempre na sombra da sua concorrente SIC, quer em matéria de audiências, quer em programas polémicos e/ou inovadores. Curiosamente a SIC tinha recusado este formato, algo que com certeza se arrependeu já que mais tarde começou a lançar reality shows atrás de reality shows que nunca tiveram o mesmo sucesso deste Big Brother, que levou então a produtora Endemol a levá-lo para a TVI.
Na apresentação do programa encontrámos a veterana Teresa Guilherme, acompanhada por um apresentador/repórter de rua que era Pedro Miguel Ramos, e eles são uma quota parte do sucesso do BB, em especial o método de apresentação da Teresa que escolheu um caminho menos sóbrio, mais sensacionalista e especialmente mais em sintonia com os habitantes da casa. Ela era como se fosse uma Tia deles, alguém divertido que gosta de mandar umas indirectas sobre relacionamentos e brincar com situações do nosso dia a dia.
O programa consistia em ter um grupo de pessoas fechado numa casa (na Venda do Pinheiro, em Loures), e vigiados constantemente pela Televisão 24h por dia, mostrando assim todos os seus movimentos, quer no cumprimento de provas dadas pela produção, quer na simples conversa no sofá ou na mesa na hora da refeição.
Só isso já era motivo para despertar o voyeur dentro de muitos de nós, mas para mim o grande segredo do sucesso deste programa foi o facto de nos revermos nos seus concorrentes. Aquele grupo era muito semelhante aos nossos grupos de amigos.
Tínhamos o bruto macho latino que era o Marco Borges, tínhamos o jovem burro e impressionável por esse bruto que era o Telmo, a gaja boa e burra que era a Célia, a bardajona que fala de sexo para chamar a atenção que era a Sónia, a pessoa calma e discreta que vinha do interior que era o Zé Maria, a gaja que sabe um pouco mais do que os outros e por isso tenta liderar o grupo que era a Marta.. enfim todos eles tinham algo a ver com alguém que conhecíamos.
Os concorrentes tinham alguns bordões que passaram para o dia a dia do Português, o “Tás a ber?” do Mário passou a ser usado, e gozado, por tudo e por todos. Até pelo Herman aquando da sua imitação no programa Big Breda, mais uma coisa que provava o sucesso do Big Brother. Erros como as Órgeas do Telmo, momentos de sexo debaixo do edredon e provas complicadas como aquela onde tinham que pedalar um certo número de km’s para terem direito a comida, eram sucesso garantido junto de todos que no dia seguinte comentavam o que tinham visto no diário do programa.
Nesses tempos a vida não era fácil num reality show, eles tinham sempre comida, mas a quantidade desta dependia sempre muito do sucesso nas provas que tinham que superar, e estas não eram nada fáceis. Os momentos dentro do confessionário também eram engraçados, os concorrentes por vezes extravasavam ali muito do que sentiam e isso aproximava-os do público que via o programa. Isso era importante, já que de 2 em 2 semanas eles nomeavam dois concorrentes que depois iam a votos para que Portugal votasse num deles por telefone e pela internet para os expulsar da casa.
O programa chegou a ter mais de 70% de audiência, e para isso muito contribuiu o pontapé que Marco deu na Sónia. Um golpe que gerou muita discussão pela agressão e que deu expulsão directa a um dos mais fortes concorrentes do programa, que continuou ligado ao mesmo pela relação que tinha com outra concorrente, com a qual chegou inclusive a casar.
A final do programa foi na passagem de ano, e já se adivinhava o vencedor, o pacato Zé Maria que depois dessa vitória nunca mais foi o mesmo, até psicologicamente já que se chegou a tentar suicidar e tudo. Foi um programa marcante, que lançou uma moda que continua até aos dias de hoje e em alguns países as edições de Big Brother chegaram já a ter quase 2 dezenas de edições.
7 Comments
Bem… tenho-te a dizer que essas personalidades que falas foram COMPLETAMENTE CONSTRUIDAS em produção da TVI.
Posso garantir isso porque o meu irmão era um dos participantes do concurso e ficou atónito quando saiu cá para fora e viu como a produção foi construindo tudo de acordo com os seus desígnios.
O Zé Maria não era nada daquilo que as pessoas pensam, o Marco idem aspas, etc, etc….
O BB levou a manipulação de imagem e som ao extremo… a televisão mete-me muito medo desde então… será que a notícia é verdadeira ou manipulada: eis a questão difícil de responder!
Posso-te a apresentar o meu irmão que tem excelente casa de chá na Parede!
Era conhecido como Ricardo A. e ficou lá por uns 3 meses penso eu (já não me lembro bem).
😉
NOOOOOOOOOOOOOOOOOOO pá não. Não
Não???
😐
Este comentário foi removido pelo autor.
Bem o BB foi a revolução do ano, na altura eram os poucos reality shows, e os poucos meios vindos dos media, e não havia Facebook a explorar tanto como nos dias de hoje.
Eu lembro-me da passagem de ano, fui à Torre Vasco da Gama, fiquei num local virado para a torre no meio de tanta gente, e ao pé de mim havia um café com a TV ligada na TVI e ainda vi um bocadinho da emissão deles. Depois desloquei-me para ir ver o fogo mais perto, e depois do espectáculo era ouvir as pessoas a dizer quem ganhou o BB. xD
Hugo Silva, posso sugerir aqui um tema bom para o blog. Falar da série "Modelo e Detective" que passou nos anos 80 na RTP, e também no Agora Escolha. Na altura um nome promissor iria acabar por ser uma grande estrela de Hollywood…Bruce Willis! Fica bem! 😉
Tiveste bela experiência então 🙂
Sim irei falar disso claro, 🙂 ambos também me marcaram
O Dono do Tea Lounge??????? OmG vou lá aos anos!!!!!!!