Em dia de aniversário da TVI, recordo um dos seus maiores sucessos, a série Morangos com Açúcar. Um programa que nos deu a conhecer actores que ainda hoje aparecem nas novelas na TVI , que ajudou a criar bandas de sucesso, originou um filme no cinema e teve uma onda de merchandising como nunca se tinha visto no nosso país.
Antes de começar, direi que este post serve para abordar todo o fenómeno Morangos com Açúcar, já que ao longo do tempo irei abordar algumas das temporadas em posts individuais, para além de personagens memoráveis que por lá passaram.
A Malhação já tinha passado no nosso país, na SIC, mas foi na TVI de José Eduardo Moniz que se decidiu fazer uma coisa semelhante, uma série juvenil (num formato em tudo parecido às novelas que todos conhecíamos), que mostrasse aos mais jovens como algo do género podia ser também do seu interesse. O sucesso foi imediato, e de certeza que ultrapassou as expectativas de todos, com os actores a virarem estrelas e o canal a saber aproveitar toda a loucura que rodeou este programa.
Foi no dia 30 de Agosto de 2003 que a TVI estreou o primeiro episódio de MCA, no horário de final de tarde (pelas 19h15), e o genérico mostrava logo o que aí vinha, uma música animada da autoria de Berg e apresentando as personagens que iríamos aprender a amar. Com textos da autoria da Casa da Criação, Morangos com Açúcar teve 9 temporadas, com cerca de 200 episódios que mantiveram o programa no ar até 15 de Setembro de 2012. Se analisarmos bem a coisa, são 18 temporadas, já que em cada ano tínhamos a normal e as férias de verão, que trazia por vezes novas personagens e novas histórias.
Na primeira temporada tivemos a relação de Pipo e Joana como o motor principal da história, que alternava entre o bar que este tinha na praia e o Colégio da Barra, que durante 4 temporadas foi o palco principal da série, onde víamos novatos a contracenar com veteranos, com destaque para Guilherme Filipe, que foi um vilão memorável, com o seu professor Sapinho. No elenco tínhamos nomes que se tornaram conhecidos com o passar do tempo, como Benedita Pereira, João Catarré, Joana Solnado, Patrícia Candoso ou Rodrigo Saraiva, e outros que já conhecíamos bem, como Luís Esparteiro, Dalila Carmo, Helena Isabel ou Rita Salema.
Como já tinha referido, a primeira temporada dividiu-se em duas, e na série de verão tivemos algumas novas personagens, algo que seria habitual e que ganharia força na segunda temporada, onde despontou o Dino, uma das figuras mais populares deste universo, e um bom contraponto para o Crómio, outra figura que deu nas vistas nesta segunda temporada. Aqui tentou-se também manter algo que não afastasse por completo o público, o facto de transitarem algumas personagens da primeira temporada, com mais ou menos destaque do que o que tinham tido na primeira.
Ambientada num colégio da zona de Cascais, a praia e desportos como o Surf tinham algum destaque, mostrando-nos quase sempre um grupo de pessoas com algumas posses, aparecendo um ou outro caso de pessoas que tinham direito a bolsas e coisas do género para estudarem num colégio com aquela categoria. Isso iria ser mais evidente no terceiro ano, com a criação de conflitos entre estudantes de uma escola pública e os deste colégio.
Na terceira, começou o hábito de dar um sub titulo à temporada, neste caso foi escolhido Geração Rebelde, e o genérico ia acompanhando essas mudanças, mudando de música conforme a nova temporada. Este sub título manteve-se até a sexta temporada, altura que se decidiu sacudir um pouco o formato, e criar uma escola de talentos, onde o canto, a dança e a representação ganhavam força e se afastavam das disciplinas normais, que eram usadas nas primeiras temporadas.
Assim ganhavam ainda mais força os cd’s que já iam sendo lançados, com boas vendas, sendo um trajecto normal, numa série que já tinha dado a conhecer nomes com os D’zrt, as Just Girls ou o FF. Para além destas bandas, o programa tinha personagens que ganhavam vida fora da televisão, como foi no caso do Crómio e do Dino, que faziam presenças em diversos locais e arrastavam multidões.
Nesta altura já a TVI também tinha criado uma máquina, que soubesse dar vazão a todo o merchandising que começava a ser vendido, desde material escolar a roupa, passando pelos cd’s e concertos com artistas que faziam parte da banda sonora das diversas temporadas. Aliás a música era parte integrante de MCA desde a primeira temporada, assim como as participações especiais de artistas nacionais e internacionais.
Pela série passaram nomes como Simply Red, Anjos, Sugababes, Fingertips, Boss AC, Orishas, João Moutinho ou Manuel Luís Goucha entre outros. Nas últimas temporadas o programa tinha fugido do seu formato original, tentando colar-se a sucessos da altura como High School Musical, mas continuando a apresentar bons resultados, não deixando de ser por isso uma surpresa quando anunciaram o seu final.
Já tinha havido uma peça de teatro com personagens dos Morangos, mas uma produção cinematográfica tem outro impacto, e a prova como mesmo no seu final, ainda tinha muito para dar. Para além de grupos que tiveram um grande sucesso, o maior legado da série é sem sombra de dúvidas a quantidade de actores que deu ao nosso audiovisual.
Para além dos nomes que falei da primeira temporada, pelo programa passaram pessoas que hoje são grandes estrelas ou presenças habituais nas diversas produções televisivas. Rita Pereira, Cláudia Vieira, Sara Matos, Mariana Monteiro, Ana Guiomar, Diogo Valssassina, Joana Duarte, Francisco Côrte-Real, Sara Prata e Isaac Alfaiate entre outros são um bom exemplo do que falo.
Como disse, irei voltar a este tema mais vezes, já que sou confesso fã deste programa e segui regularmente as primeiras 5 temporadas, nunca deixando de ver a série, mas seguindo com menos intensidade as restantes temporadas. Quem mais por aí era fã?